Acredite. Não que o impacto no primeiro momento seja reconfortante, delicioso ou coisa parecida, mas o tempo (sempre ele) faz você perceber o quanto a gente deve ser grata quando isso acontece. Desiludir-se é tirar de "cima" do outro a capa de herói, a máscara de mocinho, o escudo que te faz sentir seguro, inatingível; capa, máscara e escudo que muitas vezes nós atribuímos a determinadas pessoas, sem ao menos pedir consentimento. Desilusão é quando a gente enxerga o real, o que é; e não o que a gente desejou que fosse. Ninguém é capaz de suportar a nossa projeção por muito tempo, e quando o que a gente sonhou sobre determinada coisa ou pessoa desmorona (porque um dia desmorona sim) a gente parece ir junto...
Mas a verdade é que a gente pode até, por um período, vir abaixo, com a capa, máscara e escudo, mas a gente sempre volta e, se formos maduros o suficiente, a gente traz de volta o objeto da nossa idealização. Mas agora íntegro, sem disfarces, com as imperfeições que a vida sabiamente colocou lá para fazê-lo humano.
Imaginação, ilusão, fantasias são boas sim, na arte, no entretenimento ou quando a gente é bem pequeno. Mas a gente um dia aprende que o real é muito melhor, porque é o que temos. Desiludir é também isso: olhar o que a gente tem "à mão", o que temos de mais próximo. Se você não cobra que o outro seja "super", você também pode se sentir dispensado de sê-lo. Agradeça quando a desilusão bater a sua porta, porque ela traz consigo alguma dor, mas também crescimento e a verdade, esta última libertadora. Não aprisione quem você ama, não se aprisione a ideia do ser amado. Só liberte e liberte-se!
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