quinta-feira, 26 de abril de 2012


Filho: Mamãe, meu coração tá doendo, passa pomada?
Mãe: Seu coração filho? Como assim ? O que aconteceu?
Filho: Não aconteceu nada mamãe. Começou a doer do nada, mas tá doendo muito, passa a pomadinha!
Mãe: Não tem como passar pomada no coração filho! O que você tava fazendo quando começou a doer?
Filho: Eu tava conversando com a Laura, lá no balanço da escolinha. Aí ela me contou que gostava do Hugo, aquele meu amigo que vem sempre aqui em casa. Aí quando ele passou perto dela, ela levantou do balanço e foi atrás dele e me deixou sozinho… aí o meu coração começou a doer, e ta doendo até agora.

(A mãe não sabia o que dizer ao filho e então simplesmente o abraçou e sussurou no ouvido dele.)

Mãe: Filho, você conheceu o amor.
Filho: O amor? Mas você sempre disse que o amor era uma coisa boa, e então porque ele está machucando meu coração?
Mãe: Não são todos aqueles que sabem valorizar o amor, e quando esse amor se oferece para alguém, e esse alguém não dá valor, o amor fica triste e volta pra sua casinha, que é o coração, e pra o amor entrar de novo no coração, deixa um machucado bem grande nele. E esse machucado que fica no coração, se chama decepção.

Meu coração tá que é só confusão...
Mais bagunçado que segunda guerra mundial...
Mais vazio que praia em dia de chuva...
Mais dolorido que corte feito com papel...
Mais perdido que filhote esquecido em mudança...


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Nada é pesado demais para quem tem asas...

"As coisas mudaram no dia que ela decidiu se entregar. Não lembra em que instante isso aconteceu, mas desejou ficar diferente, com menos rancor, menos mágoa, menos peso. Parou de procurar quem deixou de pagar a conta e esqueceu todos os devedores pelo caminho. Na bagagem, só o estritamente necessário. Eliminando sobras, aprendeu a aparar as arestas. Dos pertences, restou apenas o desperdício de si, a entrega, o arrebatamento. Pegou nos ares a estrela caída do céu, colocou no cabelo, como um iluminado enfeite, e foi. Peito aberto. Braços estirados. A vida, agora, era qualquer coisa pura, qualquer coisa livre, qualquer coisa genuína. Nada é pesado demais para quem tem asas."

sábado, 7 de abril de 2012

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Definitivo...


Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...

Carlos Drummond de Andrade.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Não amarei mais o amor...

"Não amarei mais o amor. Amarei sim alguém que me espere até o final, alguém que sofra junto comigo, que ria junto comigo, que até enxugue minhas lágrimas, que me abrigue quando necessário, que fique feliz com minhas alegrias e que me dê forças depois de um fracasso.

Não amarei mais o amor. Amarei alguém que volte prá conversar comigo depois das brigas, depois do desencontro, alguém que caminhe junto a mim, que seja companheira, que respeite minhas fantasias, minhas ilusões. Amarei alguém que me ame. Não amarei mais o amor. Amarei sim alguém que sinta o mesmo sentimento por mim!"